sábado, 24 de dezembro de 2011

A ARTE E O HOMEM


A ARTE E O HOMEM




Arte é redenção! O que seria do homem?
Sim! Somos de alguma forma miseráveis,
reféns de nossos males inumeráveis...
Não esperem dos dias, a eles se somem.
Se transgredimos o que a ordem acorda,
por sermos o sol onde verde é a tarde;
se o sujeito bate no peito a verdade,
ou, por tanto espaço, vazio transborda;
nos ajuda sempre que ajudamos alguém.
E é mesmo por um motivo que o outro vem...
Estamos surdos quando a vida ri feroz
do que você é e do que pensa que tem.
Só a Arte sabe ler o que ouve essa voz
e entre os homens dar Aleluias, dizer – Amém!


A HISTÓRIA DE CADA UM

 


 Quando um dia estivermos
todos reunidos, neste lugar
ainda desconhecido;
e não haverá lá, eu sei,
esta rima t o r p e d o
que liga, em uma só teia,
medo         e        segredo
Então sentaremos no chão
e nos contaremos histórias,
histórias acontecidas ao avesso
das nossas histórias vividas
histórias histórias histórias
E serão h i s t ó r i a s lindas
em cada c a n t o uma revelação
onde tanto uma santa poderá
a r r a s t a r – s e de prazer
como uma rosa pública à ascensão
Neste dia então em que
os mais fortes sentimentos
aos mais lépidos pensamentos
povoarem o que era vão,
seremos felizes neste dia então

RETICÊNCIAS


 Uma nascente
no seu canto
água pouca
aos poucos
Vai tomando
corpo de repent
e você olha e
já é um r i o...
Assim o amor!
sabermos ond
e tudo começ
ou às vezes
Um sorriso
e lá na frente
a sua correnteza...
quem nunca pensou:
O amor sempre
esteve ali
desde o início
a gente é que não viu

 UM ECLIPSE
ENTRE AS ELIPSES



Eu sou o silêncio dos homens tristes
Eu sou um querubim sem seu clarim
Eu sou um eclipse entre as elipses
Eu sou um pinguim com gripe – Atchim!
Eu sou um som dos sinos de Notre Dame
Eu sou o que parte para o outro chegar
De mais a mais e por mais que ame
Eu não fico e explico é pra já
Meu eu coração sereia no infinito
Sombra das ruas com paralelepípedos
Eu sou o sol que repousa no mar
Que ilumina os astros no sem-fim
De mim a mim eu soo mesmo assim
Esquisito espirro a explodir no ar

LIÇÃO ESPACIAL

a palavra
a ave
o olhar

a palavra

olha
a ave
ao voar


Um comentário:

mara maracaba disse...

Poeta, cheguei ao seu blog indiretamente...eu li algo seu, no mural do Carlos Alberto de Cássia...estou maravilhada...gostei do formato e imensamente da tua poesia...uma poesia gostosa de ler! Parabéns...