Uma hora ou outra. A tinta
nos atinge. Você, pintor maldito rasgando as telas do passado, escondendo as
telas do passado, refazendo as telas do passado. E vem a hora definitiva dizendo que se perdeu
tanto tempo vivendo para trás. E depois levando sempre tanta coisa. Possuindo
tanto. Desmedidamente. Expondo troféus. Viver não tem esse tempo todo. Pra lá e
pra cá. Viver é aqui e somente. Morrer dá o tamanho do nosso desperdício. Gente
discutindo a miséria do outro, o drama do outro, o infortúnio do outro. Quem
quiser que se prenda, mas o homem é bicho solto.
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