sábado, 12 de novembro de 2016
quinta-feira, 3 de novembro de 2016
MIL VEZES PERDÃO
eu carrego todas as ausências
e de tudo que não tenho
nada me faz falta
perdido foi o seu sorriso
a carta da canastra
no fim do jogo
no fim da noite sozinho
quando algo me diz
"foi melhor assim"
segue o meu amor inédito
onde pelo caminho
eu sou o sol
nas manhãs de domingo
eu sou a neblina
em silêncio
aquela canção era linda
mas eu só sabia
pedaço do refrão
perdão mil vezes perdão
a minha poesia
às vezes diz não
domingo, 23 de outubro de 2016
OS REBELDES TAMBÉM AMAM
OS REBELDES TAMBÉM AMAM
A noite decidiu levar
O amor que eu não soube
Era pra ser companhia
Que sorria na pouca luz
E era lindo cada novo dia
O braço certo ser seu par
Fiquei contendo meu soluço
Depois de tanto chorar
Desafinei e perdi o tom
Foi tudo tão de repente
Foi tão breve perceber a vida
Inteira não é para sempre
Casei sua jaqueta James Jean
Com a minha camiseta Marlon Brando
Perdão por todas às vezes
Em que não disse “te amo”
sexta-feira, 29 de julho de 2016
O QUE TORNA OS LARES DE HOJE?
O
QUE TORNA OS LARES DE HOJE?
O
que você esperava?
Não
houvesse barbárie?
Talvez
fosse cedo demais
Ou
bem mais que tarde
Que
horas a bomba explode?
Parece
que foi ontem
Os
alemães ferozes
Sobre
os céus de Londres
A
guerra nos tem vivos
Enterramos
nossos entes
Nosso
filho mais querido
Mas
tivemos outros
Estamos
todos diferentes
Sabemos
certa a morte
E
nossos lares são atraentes
Ficamos
gigantes de antes
É
preciso seguir com flores
O
passado conta na memória
Não
guardo mágoa nem honra
A
vida é mesmo uma tonta
Não
tenho medo do que sei
A
morte não me assombra
Ronda-nos
em pompa
O
alfinete diante do rei
quarta-feira, 29 de junho de 2016
O SOCO DO INVISÍVEL nasce junto a um século em choque “Como o corpo da criança refugiada \ E afogada na praia”. O homem vive o nocaute da
modernidade “O humano está morto” e “O tirano está solto”. E os ombros já não suportam o mundo. Neste novo trabalho, Guerá Fernandes apresenta um livro de
motivos: “Porque o patrão fechou as
portas \ Porque o cavalo veio sem dentes \ Porque a árvore não deu seu fruto \
Porque a viúva não está de luto \ Porque a grávida pariu de susto”. São
olhos impactados em êxodo “O sonho não falava ossos \ Era um ossuário \ Como
livro de mistérios”. Assim o embate poético vai ao encontro das coisas
invisíveis, sem fugir do confronto com as coisas que não se quer ver. “E ainda assim o seu corpo \ Velado de
amor e morto \ Eterno marinheiro sem porto \ E antes mesmo de existido \ O
silêncio de sentida lágrima \ Deve ter havido o drama”.
Pode cantar talismã
Pode meu divã me saber todo
Pode ler minha língua
Saber meus detalhes traduzi-los
Meu invisível silêncio
Meu invisível depois ainda
Meu invisível outro
Ser de ti foi o meu ter existido
Posso morrer amanhã
Posso morrer em pleno domingo
Posso morrer dormindo
Sem um último suspiro que olhasse
Ter sido teu o meu mundo
Ter sido tão breve ou um segundo
Ter sido um lado num beijo teu
Já valeu teu lábio molhado no meu
Como um lutador
Voltando do nocaute
Sem saber de onde
Veio o soco
Como um lutador
Naquele segundo
Diante do mundo
Levanta-se enfim
É preciso beber
Uma dose de gim
Respirar fundo
E subir no palco
Como uma cantora
No seu camarim
Desesperada
Morrendo de susto
Como uma cantora
De voz tão rara
Que sofre por cantar
Tão belo assim
Deve ter havido uma noite
Dentro da noite escura
Sem chuva e sem raio
Primeiro deve ter havido
Um sonho antes da noite
Um sonho antes do sono
E ainda assim o seu corpo
Velado de amor e morto
Eterno marinheiro sem porto
E antes mesmo de existido
O silêncio de sentida lágrima
Deve ter havido o drama
Dentro da noite escura
Sem chuva e sem raio
Primeiro deve ter havido
Um sonho antes da noite
Um sonho antes do sono
E ainda assim o seu corpo
Velado de amor e morto
Eterno marinheiro sem porto
E antes mesmo de existido
O silêncio de sentida lágrima
Deve ter havido o drama
segunda-feira, 20 de junho de 2016
O SOCO DO INVISÍVEL
O
SOCO DO INVISÍVEL nasce junto com um
século em choque “Como o corpo da criança refugiada \ E afogada na praia”. O
homem vive o nocaute da modernidade “O humano está morto” e “O tirano está
solto”. E os ombros já suportam o mundo. Neste novo trabalho, Guerá
Fernandes apresenta um livro de motivos: “Porque
o patrão fechou as portas \ Porque o cavalo veio sem dentes \ Porque a árvore
não deu seu fruto \ Porque a viúva não está de luto \ Porque a grávida pariu de
susto”. São olhos impactados em êxodo “O sonho não falava ossos \ Era um
ossuário \ Como livro de mistérios”. Assim o embate poético vai ao encontro das
coisas invisíveis, sem fugir do confronto com as coisas que não se quer ver. “E ainda assim o seu corpo \ Velado de
amor e morto \ Eterno marinheiro sem porto \ E antes mesmo de existido \ O
silêncio de sentida lágrima \ Deve ter havido o drama”.
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