O
SOCO DO INVISÍVEL nasce junto com um
século em choque “Como o corpo da criança refugiada \ E afogada na praia”. O
homem vive o nocaute da modernidade “O humano está morto” e “O tirano está
solto”. E os ombros já suportam o mundo. Neste novo trabalho, Guerá
Fernandes apresenta um livro de motivos: “Porque
o patrão fechou as portas \ Porque o cavalo veio sem dentes \ Porque a árvore
não deu seu fruto \ Porque a viúva não está de luto \ Porque a grávida pariu de
susto”. São olhos impactados em êxodo “O sonho não falava ossos \ Era um
ossuário \ Como livro de mistérios”. Assim o embate poético vai ao encontro das
coisas invisíveis, sem fugir do confronto com as coisas que não se quer ver. “E ainda assim o seu corpo \ Velado de
amor e morto \ Eterno marinheiro sem porto \ E antes mesmo de existido \ O
silêncio de sentida lágrima \ Deve ter havido o drama”.
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