SONETO PARA ADÉLIA PRADO
De algum refinamento seremos todos escravos
Mesmo os mais rudes
homens cheirando às pescarias
Arrogando orgulhosos
os silêncios dos parvos
Em suas histórias de
astutos ressaltam poesias:
- O lambari
atravessou o ar feito um relâmpago!
Era noite dentro de
treva e a luz a espera
Se entre os fracos
aviltamos a voz ao escândalo
Às vezes do mato
respira o medo, nossa fera
Mesmo que a palavra
não seja mesmo de luxo
E o pelejador ainda
assim alimente o seu custo
Pra justificar o
roubo aos deuses inumeráveis
- Eu vi a mãe d’água
e jamais vou esquecer seu canto
Se eu pesco larvas,
desconverso fantasmas, meu tanto...
Entre rãs
sobressaltadas as musas são impecáveis!
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