quarta-feira, 16 de março de 2022
A MULHER E O FIM DO MUNDO
Mulher, qual é o seu preço? – Desconheço.
Você vem de onde? – Do planeta fome.
Você não se esconde – Às vezes me perco.
Vejo a raiz dos seus cabelos! - Perdi o medo.
Seu corpo parece suportar dores. – Eu canto.
“Flores, tapas, pontapés!” - Nunca de joelhos.
Sabidos os rouxinóis. - Mas não sabem de nós.
Sinfonia de pardais. - Já não cantam mais.
Se dói tanto por que não chora? – Sei quando rio.
E seus filhos estão vivos? – Alguns mortos.
Nem um amigo sincero? – Eu tenho Deus!
Seguiu sem lar nem abrigo? - Fui pelos portos.
Como pode irreverente liberdade? – Foi tarde.
E esse jeito de ainda ser? – Também me desespero.
Mas a mulher do fim do mundo na avenida?
- Sou eu pedindo o celular para ligar para 180
Mataram o amor! - Muito mais de 7 vezes
70 vezes 7 mataram o amor de sacanagem
Quem poderá saber aquele amor? - Não sei.
Sei que ele ainda “dói para fora da paisagem”
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