quinta-feira, 17 de março de 2022

INVEJA





Hoje eu me consumi de inveja 
Na verdade 
Alguns poucos minutos atrás 
Fui tomado dela 
Megera 
Algoz do ego 
Num transe cego 
Num duplo carpado mortal 
Fiquei lendo comentários de surpresa e felicidade 
De amigos e conhecidos do novo casal 
Oficializado na rede 

Fui tomado de inveja 
E nem sabia direito de quem se tratava 
Mas aquele encontro 
Revelava os meus desencontros 
A procura ainda em que eu estava 
No banheiro 
Fugi do espelho 
Fui tomado por ela 
Fiquei desconcertado 
Sem saber o que havia de errado 
Senti no azulejo 
O frio silencioso de toda parede 

Dei descarga na minha inveja 
Falei pra mim mesmo 
Merda, cara! 
Que grande merda 
O amor já fez a sua despedida 
Não foi bom 
Não foi mau 
Não foi nada 
Mas quem é que fez por merecer? 
Pare! Olhe e veja: 
É humana a nossa repetida sede

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