quarta-feira, 16 de março de 2022

TOQUE DE RECOLHER

A morte sempre impôs um diálogo respeitoso. Com a morte não se brinca, também sempre disseram. Eu deveria compor um poema que abarcasse minha cidade, meu país Um canto além das Américas atravessando mares e cordilheiras dos continentes. Coubesse o mundo em minhas mãos e abriria a porta de casa para que repousassem nos meus abraços Despedaçados. Amigos, sei o abandono de tudo. Olho para o mundo lá fora da minha janela. A paisagem embruscada com um restante de sol a pôr alguma luz no verde. A terra está triste E de alguma forma dentro de mim resiste um desejo de tomar um banho de chuva Cara lavada, alma lavada Mas a lágrima ainda no espelho A gente nunca soube ser feliz Agora o sinal ficou vermelho

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